Sinto-me doente, mas faltam-me os sintomas óbvios de doença.
Sinto que me falta muito, bastante, demasiado.
Falta-me isso e mais, muito mais, para ficar sã.
Sinto-me doente sem saber porquê.
É tão mais fácil divagar quando não se sabe nada, ou se quer fingir que não se sabe.
Gosto de fingir porque me ajuda a sorrir todos os dias.
Gosto de fingir porque não importa se o que se passa é bom ou mau, eu finjo ser sempre a mesma.
Engano os outros, engano-me a mim própria, mas continuo a gostar de fingir que consigo resistir a tudo, que sou forte e que ninguém me quebra. Consigo fingir e finjo bem. Finjo que sou feliz e que não tenho receio da vida, do mundo, de ti.
Gosto de fingir que nunca estou doente, mesmo quando me dói o coração que se tem encontrado gelado de falta de algo que finjo não necessitar.
Eu gosto de fingir! Não preciso estar doente, nem preciso estar saudável.
Só preciso de fingir e finjo que sou isto e sou aquilo, que consigo isto e consigo aquilo, que gosto disto e gosto daquilo, que não preciso disto nem preciso daquilo...
Finjo. E vou continuar a fingir...
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