Lá estava ele. Novamente a perseguir-me e a querer despertar-me.
Só queria ter uma, apenas uma noite descansada, mas ele lá aparecia, ditava-me uma quantidade de regras e desafios, gritava-me o que não queria ouvir e fazia-me derramar dores dolorosamente más com as suas palavras.
Depois chegava ela. Discutiam os dois e eu ficava sem saber exactamente o que fazer: acordar ou continuar o meu sono leve e bambaleante.
Juntavam-se a eles mais uns quantos e eu não conseguia, não conseguia mesmo resistir-lhes.
O descanso não vencia, muito menos o cansaço que se absorvia de mim e, também ele, me ajudava a acordar, tornando cada noite mais longa do que a anterior.
Todos juntos, eles conseguiam derrotar-me com facilidade e faziam-me receber cada manhã com tristes lágrimas nos olhos.


"Como repetir, dia seguinte após dia
seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas
ásperas
de amanhã com as coisas
de hoje?"

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