Há sempre coisas que se quebram. Vidro, pratos e unhas. Carros, contratos e batatas fritas. Podemos quebrar um recorde, quebrar a fúria bravia de um cavalo para o domar, quebrar um dólar em trocos. Podemos quebrar o gelo. Há quebras no trabalho para fazer um intervalo para o café ou para almoçar, para se evadir da prisão. Quebra-se a noite para ceder o lugar ao alvorecer, quebram-se as ondas, quebram-se as vozes. Podem-se quebrar as correntes. Também o silêncio e a febre. (...)
Quebram-se as promessas.
Quebram-se os corações.
(...)
Falhas tectónicas. São os locais em que a terra se quebra e se divide. São os sítios onde se originam os terramotos, onde nascem os vulcões. Ou, por outras palavras: o mundo está a desmoronar-se por baixo de nós; o chão firme que pisamos é que é uma ilusão.
Jodi Picoult, "Frágil"
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