Mau tempo

Deixaste-me pela manhã, após um bom dia fresco e vitalizante.
A chuva caía lá fora e o vento era capaz de me levar para junto de ti caso tivesse decidido sair.
Saíste tu com o teu ar pouco animado mesmo de quem dormiu muito mal, e deixaste-me com o frio que sentia por não te ter junto de mim por mais um bocadinho.
A tempestade fez com que mal descansássemos e a fadiga era evidente no nosso olhar, mas o teu bom dia revigorou-me e levantei-me de um salto para te retribuir o carinho.
Logo de seguida partiste, após uma breve conversa sobre o tempo e o que se podia ter feito num dia de calor...
Deixaste-me e o dia inteiro estive enfiada na cama à espera de notícias tuas. Nada recebi.
Nada me disseste, nada te disse com medo que esse teu pouco tempo se tornasse ainda menor e que te irritasses por estar a diminui-lo com tanta facilidade.
Não disse.
Não disseste.
Não dissemos.
A noite tardou e a chuva continuou a ouvir-se pela janela bem molhada e sem qualquer tipo de sinal teu.
Cansada de esperar adormeci num sono profundo e só meu, sem o teu ser presente no tão meu sonho.
Acordei estremecendo com um sinal no telemóvel. Li a mensagem que não tinha qualquer hipótese de resposta...
Virei-me para o outro lado, puxei os cobertores para junto de mim e abraçada à minha própria vida, adormeci. 





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