Perturbação

Histórias passadas que teimam em vir ao de cima, em aparecerem sem saírem da minha cabeça e sem a simpatia das boas-vindas.

Caras que escondem os rostos negros e cruéis desdenhosamente escondidos num fracassado presente que julgam feliz e inquebrável.

São meus desejos ferozes de tortura e mágoa num bem próximo futuro. Desejos leves que se exterminam por o meu coração ser ainda mais leve e brando e não querer desejar mal algum mesmo com mereceres verdadeiros segundo a minha forte racionalidade que é sempre coberta pela emotividade que me caracteriza desesperadamente e me faz nunca me tornar num ser gélido e imperturbável.

Histórias passadas que transformam o meu vazio numa luta constante e o que desejo realmente é o alcance do tão aguardado equilíbrio numa vida desde sempre tão perturbável e desafiante.

Por isso peço-te, guarda a minha vida num canto do teu coração, que eu guardo para sempre a tua na minha mão.

Sou a perturbação presente de uma vida delicada e entusiasta de relações fortes e seguras que surpreendem pela falta de muitas verdades que confundem os pensamentos e dificultam os sorrisos demorados que não sabemos como realmente são sentidos.

Sou muito e tão pouco pela ignorância destemida de uma vida que aos poucos vai sendo descoberta e o véu jamais regressa ao ponto inicial, transformando-me em embaraço e desconfiança que me tornam difícil de evidenciar e fico na minha já habitual falta de reacção e em excesso de pensamento, preferindo a ausência de atenção para um despercebimento quase total.

Sou um nada tão presente e sei que não voltarei jamais a mim...

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