Quero cantar e libertar a minha alma que se encontra negra de alusões infelizes e de conhecimentos inoportunos e desesperantes.
Não quero, não quero ver nem ouvir nem falar nem sequer me aproximar desta falta de entrega à vida que é prejudicial e nos faz pensar em agir em tormentos e agonizantes desfortúnios que no seu auge nem com reprimendas temos a completa noção do disparatado erro de ser realizado.
Imagino o sangue da dor, o ser inanimado ao meu lado e a falta de milagres cuja impotência só me faz desejar chorar rios e rios de água e perder-me nas profundezas deste meu mar de reais dormências e finalmente morrer desta vida desastrosa num mundo sem qualquer coloração libertina.
Surgem os carrascos dispostos a criar o meu encarnado rio de ilusões aludido de escárnio e revolta pela falta de apego e dolorosa aterragem de ausência de conquistas e sensações de solitárias vivências.
Descubro-me como o meu próprio carrasco inundado de drogas pestilentas tão fáceis de suscitar um leve e para sempre adormecer. Ou objectos pontiagudos e cortantes que me repugnam mas que me encantam para para sempre desaparecer nesta esfera de vidro em que me encontro.
Quero cantar e libertar o meu ser destes desejos nauseabundos de fim.
Quero rumar à outra margem onde já estive e de onde me perdi.
Quero deixar de falar sobre a morte, sobre morrer e sobre o desastre que tem sido viver...
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