Leviandade acesa em ti e falta de compreensão em mim...
Surge um ímpeto desconcertante de acarretada eficácia temerosa e é no solar de elevada penumbra que te volto a encontrar e te desdobro o lençol de flanela demasiadamente quente e insuficiente para aconchegar esta noite e a outra que há-de vir com a tua ausência.
É teu o corpo que quero adormecido no meu regaço e é tua a mão que quero agarrar quando me faltam as forças dolorosamente amargas para me conseguir levantar sozinha.
É teu também este saudosismo que vive em mim e me detém cada vez que outros seres sopram em mim e vou ignorando e só a teu lado desejando passar cada sopro de vida.
Subtilmente, encontro um esmagar de vida desfeita por vontades mútuas cruzadas e presas em encruzilhadas de interrogações voláteis e subjectivas, encontro uma indefinição constante e perturbante, encontro uma fragmentação de seres cuja determinação nebulosa trespassa qualquer lençol emaranhado de afectos fundidos com o suor dos trémulos corpos que não o habitam jamais.
Encontro-me a mim ausente da tua presença, encontro-te a ti longe de mim e continuo sem compreender estes afastamentos vertiginosos cuja procura não é suficiente para sarar o grande rasgão que nos separa.

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